O Conto de Zeca, o Trabalhador
Zeca era um cara comum. Morava numa cidadezinha do interior, acordava cedo, tomava seu café com pão na chapa e ia pro serviço. Trabalhava num escritório de contabilidade, cheio de papéis, números e planilhas. Não odiava o trabalho, mas também não amava. Fazia porque precisava pagar as contas. Era o famoso trabalho por obrigação.
Um dia, enquanto esperava o ônibus, Zeca viu Dona Cida, a professora da escola, ajudando um menino com dificuldade de leitura. Ela explicava com paciência, sorria, vibrava quando o garoto acertava. Zeca ficou pensando: “Rapaz, essa mulher nasceu pra isso.” Aquilo era vocação — quando a pessoa tem jeito, talento natural, e sente que aquilo é sua missão.
Mais tarde, Zeca foi visitar seu primo Tonho, que tinha largado tudo pra abrir uma oficina de bicicletas. Tonho vivia sujo de graxa, mas com um sorriso no rosto que não cabia no capacete. Falava das bikes como quem fala de um filho. “Aqui é onde meu coração bate forte”, dizia. Isso era paixão — quando o trabalho vira prazer, vira arte, vira vida.
Zeca voltou pra casa pensativo. Entendeu que:
- Trabalho por obrigação é quando a gente faz porque tem que fazer. É o boleto que manda.
- Trabalho por vocação é quando a gente tem talento e sente que nasceu praquilo.
- Trabalho por paixão é quando o coração entra junto, e o trabalho vira alegria.
No dia seguinte, Zeca começou a desenhar no caderno. Era algo que ele fazia desde moleque, mas nunca levou a sério. Quem sabe ali, entre os rabiscos, estivesse sua vocação… ou até sua paixão.
FIM
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