A Parábola da Verdade e a Mentira no Poço
As vezes a verdade dói demais. As vezes a mentira faz feliz.
A lenda a que me refiro se refere é uma parábola conhecida como “A Verdade e a Mentira no Poço” (ou no lago/rio, dependendo da versão). Embora seja muitas vezes atribuída à mitologia grega ou a Esopo, ela é mais comumente considerada uma parábola de origem judaica do século XIX, popularizada por artistas como Jean-LéonGérôme em sua famosa pintura “A Verdade saindo do Poço”.
A
história geralmente se desenrola da seguinte forma:
Conta-se as lendas que certo dia, as personificações físicas da Verdade e da Mentira se encontram. A astuta Mentira, engenhosamente convida a Verdade para que se banhassem juntas em um poço (lago ou rio, são outras variações da parábola).
A Verdade, talvez um pouco ingênua e sem malícia, aceita o convite. Ambas se despem e entram na água. Enquanto a Verdade está distraída, a Mentira, sorrateiramente, sai da água, veste as roupas da Verdade e foge.
Quando
a Verdade percebe o que aconteceu, ela fica furiosa. Seguindo seus
princípios, recusou-se a vestir as roupas da Mentira, mesmo que
ficasse nua, pois considerava as vestes de sua
inimiga, sujas e vergonhosas. A Verdade então, sai rapidamente do
lago totalmente nua e corre para tentar alcançar a traidora Mentira
para poder recuperar suas próprias vestes.
Esta
lenda então apresenta dois possíveis desfechos:
* Final mais comum: As pessoas, ao verem a Verdade nua, ficam
chocadas e se viram para o outro lado, com desprezo e raiva. A Verdade, envergonhada, volta ao poço e desaparece para
sempre, escondendo nele sua vergonha.
Desde então, a Mentira viaja pelo mundo vestida como a Verdade, e a sociedade, em sua maioria, prefere aceitar a mentira disfarçada do que a verdade nua e crua.
* Outro final: A Verdade, ao sair do poço nua, recusa-se a vestir as
roupas da Mentira e, por não ter do que se envergonhar, continua a
caminhar pelas ruas nua e crua.
Por isso, para muitos, é mais fácil aceitar a Mentira vestida de Verdade do que a própria Verdade em sua forma mais pura. A parábola serve como uma reflexão profunda sobre a natureza da verdade e da mentira e como a sociedade muitas vezes prefere a ilusão conveniente à realidade incômoda.
#FIM#
Por Alex Sandro Alves - O Autor
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