O mundo inteiro acompanhava, perplexo, a tragédia do voo 381, que partira do Brasil rumo ao Peru e nunca chegara ao seu destino. O avião, com 180 passageiros, caiu sobre uma região montanhosa, e as buscas se tornaram exaustivas. Entre os destroços, apenas um nome se repetia nas manchetes: Welber Eduardo Álvares da Silva, um jovem empresário do ramo de franquias de turismo, o único sobrevivente.
Agora, diante de vários de jornalistas, ele se posicionava ao microfone, tentando encontrar forças para contar sua história e responder as mais variadas perguntas...
— Porque escolheu esse destino de viagem ? — perguntou uma repórter de um programa de fofocas campeão de audiência de uma das grandes emissoras de TV brasileira.
Welber suspirou e respondeu:
— Era um sonho de minha amada noiva Camila Vargas de Assis, uma jovem médica em começo de carreira em pediatria, ela sempre me dizia que queria passar suas primeiras férias internacionais no Peru na qual era encantada pela sua história e cultura... Como trabalho com turismo eu mesmo organizei a viagem, a estadia e as visitas dos pontos turísticos...
— Como foi sobreviver a um acidente tão devastador? — perguntou uma repórter de uma grande emissora.
Welber respirou fundo.
— Não há uma resposta simples para isso — disse, sua voz rouca pela emoção. — No início, eu nem acreditava que estava vivo. A queda foi brutal. Tudo se apagou em segundos, e quando acordei, estava entre destroços, cercado pelo silêncio de todos que tiveram suas vidas ceifadas...
— E como conseguiu sobreviver sozinho? — insistiu outro jornalista.
Welber olhou para suas mãos trêmulas.
— Foram dias difíceis. Sem comida, sem água suficiente… Eu tentei me manter lúcido, procurei sinais de vida ao redor, mas não encontrei ninguém. Eu estava ferido, desidratado, mas algo dentro de mim dizia que eu não podia desistir.
Um silêncio se espalhou pela sala. Era um daqueles momentos em que a humanidade percebia a fragilidade da sua existência.
— Você acha que foi sorte? Ou algo maior te protegeu? — perguntou uma repórter, hesitante.
Welber encarou a multidão, segurou suas mãos para atrás para não demonstrar o seu tremor e tentando camuflar seu nervosismo, e respondeu com honestidade:
— Não sei. Talvez tenha sido sorte, talvez um propósito que ainda preciso descobrir. Só sei que, naquele instante, quando tudo parecia perdido, eu encontrei forças que nem sabia que tinha.
Neste trágico acidente qual foi sua maior perda ou o que mais o marcou? — perguntou outro repórter.
Welber, ficou alguns momentos em silêncio, seus olhos derramaram lágrimas e com a voz carregada de emoção disse:
— Muitas foram minhas perdas, primeiro a minha noiva, minha amada Camila, linda não só de beleza física mas de um coração tão bom que parecia surreal... Iríamos nos casar quando voltassemos pra casa.
E a perca de nossos melhores amigos, Jonas e Emily, que por acaso seriam padrinhos de meu casamento...
Os flashes dispararam. O único sobrevivente do voo 381 não era apenas notícia—era um símbolo da resistência humana.
E enquanto respondia às últimas perguntas, sabia que, dali em diante, sua vida nunca mais seria a mesma.
#FIM#
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