Havia, numa velha oficina, um martelo e uma bigorna que passavam os dias observando o trabalho do ferreiro. O martelo, ágil e enérgico, golpeava o metal com força, moldando-o conforme a vontade do artesão. A bigorna, silenciosa e firme, suportava cada impacto sem se mover, oferecendo estabilidade para a criação.
Certa noite, enquanto descansavam, começaram a conversar sobre suas funções.
— Ah, bigorna! Como é fácil ser você — disse o martelo. — Apenas recebe os golpes e nada precisa fazer! Eu, no entanto, sou quem molda, quem transforma, quem faz o trabalho acontecer.
A bigorna sorriu e respondeu com tranquilidade:
— Talvez seja assim que você vê, martelo. Mas pense: sem minha resistência, os golpes perderiam a direção. É minha solidez que permite que o metal seja trabalhado da maneira correta.
O martelo refletiu. De fato, sem a firmeza da bigorna, seus golpes seriam inúteis. E a bigorna, por sua vez, percebeu que, sem o martelo, não haveria transformação.
E assim compreenderam que, na vida, todos ora são martelo, quando tomam ação e moldam o mundo ao redor, ora são bigorna, quando suportam e oferecem estabilidade para aqueles que precisam. Ambos são essenciais. Ambos fazem parte da criação.
Então, martelo ou bigorna, quem você está sendo hoje?
#FIM#
Comentários
Postar um comentário