Por Alex Sandro Alves
No Brasil de hoje, falar é quase um ato de coragem. Mas coragem nem sempre é sabedoria se essa sabedoria o faz frustrado e infeliz e visto como estranho pela maioria que está feliz com sua ignorância e ilusão, e eles são a maioria
Há momentos em que abrir a boca é como se expor a um campo minado: cada palavra pode ser distorcida, cada argumento pode ser ignorado, cada verdade pode ser rejeitada. Não é o que você fala, mas o que os outros têm capacidade de interder.
Aprendi que insistir em dialogar com quem não deseja ouvir é como tentar ensinar música a quem tapa os ouvidos. Não há melodia que atravesse o muro da recusa. E, nesse cenário, a mente precisa de proteção: não deles mas dos poucos que se aventurem a difícil arte de pensar e refletir.
Ignorância, para muitos, é uma armadura. Uma couraça invisível que impede que fatos e conhecimentos penetrem. É confortável, é segura. Afinal, pensar dói. Questionar exige esforço. E para 99% da população mundial, viver na inocência é quase uma bênção: não há dúvidas, não há dilemas, não há o peso da verdade.
Por isso, aprendi a entrar e sair calado. Não por covardia, mas por estratégia. O silêncio é uma forma de resistência. É a maneira de preservar a mente diante da avalanche de certezas rasas e opiniões gritadas. É como evitar tentar jogar um jogo de xadrez com um pombo...
Quem insiste em argumentar com inteligência diante da recusa voluntária ao aprendizado, apenas desperdiça energia. É como tentar acender uma vela em meio ao vento forte: a chama se apaga antes de iluminar.
No fim, proteger a mente é escolher os combates. É saber que nem toda verdade precisa ser dita, nem toda batalha precisa ser travada, nem todos estão preparados para saber as verdades ocultas do mundo em que todos convivemos. Às vezes, o maior ato de sabedoria é o silêncio.
E assim sigo: entrando e saindo calado, guardando minhas palavras para quem deseja ouvi-las, e minha mente para quem deseja compreendê-la.
Resumo da postagem:
Esse conto traz o tom reflexivo e crítico, com a ideia de que o silêncio pode ser uma forma de proteção diante da recusa de terceiros ao conhecimento que você deseja compartilhar. Afinal nem todos querem ou merecem um novo conhecimento.
Fim
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