As Aventuras de Amaral, o Literal


📖 As Aventuras de Amaral, o Literal

🌱 Infância Literal

Amaral cresceu em uma pequena cidade do interior, onde desde cedo já mostrava sua peculiaridade: para ele, palavras eram contratos.  

- Quando a professora dizia “amanhã trago uma surpresa”, Amaral aparecia na escola com olhos brilhando, esperando ansiosamente o presente. Se não viesse, cobrava: “Mas você prometeu!”.  

- Um vizinho comentou casualmente: “Qualquer dia passo aí para jogar bola”. No dia seguinte, Amaral já estava de chuteira na porta, esperando o vizinho aparecer.  

👔 Vida Adulta e os Micos

Ao crescer, Amaral manteve sua literalidade, e isso o colocou em situações constrangedoras no Brasil, país onde frases são muitas vezes apenas força de expressão.  Mas em outras situações uma pergunta na padaria feita para a atendente  "você tem café" significa me traga um café. Enquanto em.outros países seria sim ou não...

1. O churrasco que nunca veio 
 
   - Um colega de trabalho disse: “Vamos marcar um churrasco qualquer dia!”.  
   - Amaral anotou na agenda, comprou carne e carvão, e no sábado ligou para confirmar o horário. O colega, surpreso, respondeu: “Mas era só modo de falar!”. Amaral ficou sem entender — e com 5 kg de picanha descongelada.  

2. O café eterno  

   - Uma vizinha simpática disse: “Apareça quando quiser para tomar um café!”.  
   - No dia seguinte, Amaral bateu à porta às 8h da manhã, pronto para o café. A vizinha, ainda de pijama, recebeu-o constrangida. Amaral repetiu a visita várias vezes, até que ela precisou explicar que era apenas uma gentileza.  

3. O convite para a festa  

   - Um amigo comentou: “Se quiser, aparece na minha festa!”.  
   - Amaral não só apareceu, como levou presente, ajudou a decorar e ficou até o fim. O detalhe: o amigo tinha dito aquilo apenas por educação, sem esperar que Amaral realmente fosse.  

4. O “vamos marcar” corporativo  

   - Em reuniões, colegas diziam: “Vamos marcar uma conversa sobre isso”.  
   - Amaral enviava e-mails, sugeria datas, reservava sala. Os colegas ficavam sem graça, pois nunca tiveram intenção real de marcar nada.  

5. O “passa lá em casa”  

   - Um conhecido disse: “Qualquer dia passa lá em casa!”.  
   - Amaral foi, tocou a campainha e ficou esperando. O conhecido, sem saber como reagir, improvisou uma recepção às pressas.  

🤔 O choque cultural

Amaral não entendia como as pessoas podiam dizer algo sem intenção de cumprir. Para ele, cada frase era um compromisso sagrado.  
- Enquanto os brasileiros usavam expressões como “vamos marcar”, “um dia desses”, “aparece lá”, Amaral tratava tudo como agenda confirmada.  
- Isso gerava constrangimento, mas também mostrava sua honestidade: Amaral era incapaz de prometer algo sem cumprir.  

🌟 Moral da história

“As Aventuras de Amaral, o Literal” revelam o choque entre a literalidade de um homem e a cultura brasileira das expressões sociais. Amaral virou uma figura curiosa: para alguns, um incômodo; para outros, um exemplo raro de sinceridade e compromisso.  

Fim 

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