O Psiquiatra e a Teoria do Corpo que Quer Partir



🌌 O Psiquiatra e a Teoria do Corpo que Quer Partir

Por Alex Sandro Alves para o Blog O Escritor Dislexo 

O doutor Samuel Fernandes era um psiquiatra conhecido não apenas por sua competência clínica, mas por sua mente inquieta. Diferente dos colegas, ele não se contentava em tratar sintomas: buscava compreender os sinais ocultos que a vida deixava nos corpos e nas almas.

Com o passar dos anos, Samuel começou a observar um padrão curioso em seus pacientes. Muitos, ao se aproximarem da velhice ou de fases decisivas da vida, desenvolviam uma sequência de doenças. Tratavam uma, e logo outra surgia. Era como se o corpo estivesse enviando mensagens cifradas, preparando-os para uma despedida inevitável.

Ele formulou então uma teoria ousada: quando o corpo deseja partir, inicia um ciclo de fragilidades, não como castigo, mas como aviso.  
Essas doenças seriam convites para a reflexão — sinais de que era hora de se reconciliar com a própria história.

Samuel passou a escrever sobre isso em seus cadernos:  

- Perdoar e ser perdoado.  
- Mudar o que já não serve.  
- Deixar um legado que inspire.

Para ele, a morte não era um fim abrupto, mas uma transição para outra dimensão, invisível aos olhos, mas sentida pelo coração. O corpo, ao se enfraquecer, oferecia ao espírito a chance de se libertar das amarras da matéria.

Um dia, diante de um paciente que chorava ao descobrir uma nova doença, Samuel disse:  
"Não veja isso como um inimigo. Veja como um mensageiro. Seu corpo está lhe pedindo para se preparar, para fazer as pazes com o que ficou pendente. O fim pode ser mais belo que o começo, se você escolher partir em paz."

O paciente, tocado, começou a escrever cartas de perdão, visitar velhos amigos e sorrir mais. Descobriu que, mesmo em meio à fragilidade, podia deixar uma marca luminosa no mundo.

E assim, a teoria do doutor Samuel não ficou apenas nos livros. Tornou-se uma filosofia de vida: o ciclo das doenças como um chamado para a transformação interior, um prelúdio da passagem para o invisível.

✨ O conto mostra que, na visão desse psiquiatra fictício, o corpo não trai, mas avisa. E que o verdadeiro tratamento não está apenas nos remédios, mas na coragem de se reconciliar com a própria existência.  

FIM

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