O Espelho de Bentinho — Um conto curto inspirado em Dom Casmurro


Machado de Assis escreveu Dom Casmurro para explorar os limites da memória, da dúvida e da obsessão humana — e em 2025, sua obra ainda nos ensina sobre como narrativas moldam verdades e como o ciúme pode distorcer a realidade.


📖 O Espelho de Bentinho — Um conto curto inspirado em Dom Casmurro

No Rio de Janeiro do século XIX, vivia um homem de olhar profundo e palavras afiadas: Machado de Assis, filho de um pintor mulato e uma lavadeira portuguesa. Epiléptico, autodidata, e cercado por uma sociedade que o subestimava, ele observava o mundo com a precisão de quem vê além das aparências.

Certa noite, Machado sonhou com um homem velho, recluso, que escrevia suas memórias para provar que fora traído. Esse homem chamava-se Bentinho, mas o mundo o conhecia como Dom Casmurro. Machado acordou com a certeza: aquele personagem não queria justiça — queria controle sobre sua própria narrativa.

E assim nasceu o romance. Não para responder se Capitu traiu ou não, mas para mostrar como o ciúme pode ser mais poderoso que a verdade. Machado escreveu com ironia, ambiguidade e genialidade, criando um labirinto psicológico onde cada leitor se perde e se encontra.

🧠 O que Dom Casmurro ainda nos ensina em 2025

- A dúvida é eterna: Em tempos de fake news e narrativas manipuladas, o livro nos lembra que nem tudo que é contado é verdade.
- A memória é falha: Bentinho reconstrói seu passado, mas será que ele lembra ou inventa? Em 2025, com redes sociais e algoritmos, também escolhemos o que lembrar.
- O ciúme é destrutivo: A obsessão de Bentinho destrói seu amor, sua família e sua paz. Ainda hoje, relações são corroídas por suspeitas não confirmadas.
- A mulher como enigma: Capitu, com seus "olhos de ressaca", continua sendo símbolo da complexidade feminina e da injustiça de julgamentos apressados.
- A literatura como espelho: Machado não nos dá respostas — nos dá perguntas. E em 2025, isso é mais necessário do que nunca.

Resumo:

Machado de Assis não escreveu para o seu tempo. Escreveu para todos os tempos. E Dom Casmurro continua sendo um espelho onde cada geração vê seu próprio reflexo — distorcido, profundo, e inquietante.

FIM 

Comentários