“Tudo que é provisório pode virar permanente.”
Alex Sandro Alves
No interior de uma cidade brasileira, havia uma rua onde cada casa contava uma história de improviso. O povo dali tinha talento nato para a criatividade, mas também uma mania de resolver tudo “rapidinho”, sem pensar no amanhã.
- 📺 A antena de TV: Seu João, para não perder o jogo do domingo, amarrou a antena com arame e um pedaço de cabo de vassoura. Funcionou tão bem que ficou anos assim, até que um vento forte derrubou tudo e ele teve que gastar mais do que teria gasto se tivesse comprado a peça certa desde o início.
- 🚰 O cano da cozinha: Dona Maria, ao ver o vazamento, colocou uma fita isolante e um balde embaixo. “Depois eu arrumo direito”, pensou. O balde virou parte da decoração da cozinha por meses, até que o piso começou a manchar e ela precisou trocar não só o cano, mas também o revestimento.
- 🚗 O carro do vizinho: Pedro, para não gastar com mecânico, prendeu o para-choque com abraçadeiras plásticas. O improviso aguentou até a viagem de férias, quando o para-choque se soltou na estrada e o conserto saiu três vezes mais caro.
- 🏠 A tomada da sala: Na casa de Ana, o adaptador “T” multiplicava as tomadas em uma só. Era computador, ventilador, carregador de celular, tudo ligado junto. Até que um curto-circuito queimou os aparelhos e ela percebeu que o barato tinha se transformado em prejuízo.
O bairro inteiro parecia viver sob a mesma filosofia: o improviso que deveria durar um dia acabava virando parte da rotina. Era quase cultural, como se a gambiarra fosse uma marca registrada da criatividade brasileira. Mas, no fim das contas, todos aprendiam da forma mais dura que planejar e fazer certo desde o início custa menos do que refazer depois.
E assim, entre arames, fitas isolantes e abraçadeiras, ecoava o ditado que atravessa gerações:
“Às vezes o barato sai caro.” Autor desconhecido
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