A Última Vigília de Esperança



A fictícia cidade de Santa Aurora amanheceu mais silenciosa naquele dia. No coração da pequena vila, a capela funerária exalava o perfume discreto das flores que cobriam o caixão de madeira clara. O nome que ressoava entre suspiros e lamentos era um só: Esperança.

Familiares, amigos e conhecidos se reuniam para prestar homenagens à matriarca que, por décadas, fora a alma da cidade. No salão iluminado por velas, murmurava-se sobre sua longa trajetória.

Os Personagens e Seus Diálogos

Dona Celina, a amiga de infância – sentada no primeiro banco, segurava um lenço bordado. Olhos úmidos, suspirava: "Esperança sempre me dizia que a vida era um sopro... e hoje, vejo que ela tinha razão."

Seu Orlando, o antigo vizinho – apoiado em sua bengala, olhava para o caixão com um ar nostálgico: "A gente tem que aprender a partir, mas ninguém ensina isso direito. Esperança sempre foi mais forte que todos nós."

Beatriz, a neta mais jovem – segurava a mão do pai, tentando não chorar: "Vovó me dizia que tudo passa. Mas agora, como faço essa dor passar?"

Padre Augusto, que conduzia a cerimônia – com voz suave, falou à multidão: "A morte não nos rouba quem amamos. Ela nos ensina a lembrar, a carregar conosco cada sorriso, cada conselho, cada momento vivido."

Histórias de Esperança

A senhora que jazia ali não era apenas um nome. Era história, era força, era mãe e avó para muitos. Certa vez, enfrentou a seca que assolou Santa Aurora, organizando vizinhos para levar água às famílias necessitadas. Outra vez, salvou um pequeno pássaro ferido e garantiu que ele voltasse a voar. E quando a vida lhe tomou o marido cedo demais, ela chorou, mas seguiu. "A gente chora, mas segue. Sempre há uma manhã depois da noite," dizia.

Reflexões Sobre a Brevidade da Vida

O velório foi se esvaziando aos poucos. Na saída, alguns trocavam olhares silenciosos. Outros falavam sobre o destino, sobre o tempo e sua voracidade.

"A vida é tão rápida... Como o vento, que passa sem que possamos segurá-lo," lamentou Dona Júlia.

"Mas Esperança sempre dizia que não basta contar os dias, é preciso viver cada um deles," lembrou João, o neto mais velho.

Quando o caixão foi levado ao túmulo, as últimas palavras sussurradas pelo padre ecoaram pela cidade:

"Que Esperança nunca morra, mesmo que esteja enterrada. Que permaneça em nós."

E assim, entre lágrimas e saudade, Esperança se tornou eterna.

FIM


#saudade #memorias #vida #esperanca #amor

https://k.kwai.com/p/M6KDJCwO

Comentários