Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas, locais ou situações reais é mera coincidência. Os nomes e lugares citados são aleatórios e não representam indivíduos ou instituições reais.
Os que colecionam amigos e os que colecionam cúmplices
Na cidade de Miraluz, onde os dias pareciam sempre esconder intenções sob o brilho do sol, viviam duas pessoas cujas essências eram opostas — Clara e Fabianny.
🌿 Clara: A que colecionava amigos
Clara era feita de verdade. Professora por vocação, vivia com simplicidade e afeto. Seus amigos não eram troféus, eram vínculos construídos com paciência e sinceridade. Ela acreditava na reciprocidade, no poder da escuta, na força da presença. Não prometia mundos, mas oferecia o que poucos sabiam dar: tempo e lealdade.
A verdade, para Clara, era um princípio inegociável. Mesmo quando doía, ela a sustentava. E por isso, seus relacionamentos eram sólidos. Não havia jogos, apenas histórias compartilhadas com honestidade. Clara colecionava amigos como quem cultiva um jardim — com cuidado, respeito e amor.
🕷️ Fabianny: A que colecionava cúmplices
Fabianny era feita de artifícios. Diretora de uma sessão administrativa em uma empresa de prestação de serviços em crescimento, dominava os bastidores com habilidade estratégica. Sua fala era sedutora, seu raciocínio afiado, e sua ética... flexível. A verdade, para ela, era apenas uma ferramenta — útil quando conveniente, descartável quando atrapalhava.
Para Fabianny, relações eram meios. Pessoas, degraus. E vínculos? Apenas alianças estratégicas. Colecionava cúmplices. Gente que, por ambição, medo ou ingenuidade, embarcava em suas tramas. Prometia mundos, entregava migalhas. E quando não serviam mais, descartava. Fabianny não construía pontes — construía redes. Quem caía nelas, raramente saía ileso.
🌗 O Encontro
Clara e Fabianny se encontraram em um evento comunitário. Clara, voluntária. Fabianny, convidada corporativa. Bastou uma conversa para Clara perceber que havia algo dissonante. Fabianny, por sua vez, viu em Clara um obstáculo — alguém que não se dobraria, que não se deixaria manipular.
Tentou seduzi-la com palavras, com promessas, com elogios. Clara sorriu, mas não cedeu. E ali, Fabianny entendeu: ela não seria cúmplice. E Clara entendeu: elas jamais seriam amigas e Clara não faria parte de sua coleção de cúmplices.
🌱 Epílogo
Anos se passaram. Clara continuou a cultivar amizades, agora mais atenta aos espinhos. Fabianny, por sua vez, viu seus cúmplices se voltarem contra ela, um a um, quando perceberam que eram apenas peças descartáveis.
Porque no fim, quem coleciona amigos constrói raízes. Quem coleciona cúmplices cava buracos.
FIM
Comentários
Postar um comentário