As loucas aventuras do Senador Phebo na terra de Avon


🧼 As loucas aventuras do Senador Phebo na terra de Avon

O Senador Phebo era um homem de princípios. Princípios perfumados, reluzentes e absolutamente livres de poeira. Seu gabinete em Brasília era mais limpo que centro cirúrgico em comercial de desinfetante. Tapetes aspirados três vezes ao dia, poltronas com capa de cetim e um difusor aromático que exalava lavanda francesa a cada quinze minutos. Phebo não apenas acreditava na limpeza — ele a venerava como uma religião.

Mas tudo mudou quando, por um erro burocrático (culpa do estagiário que confundiu “Avon” com “ONU”), o senador foi enviado em missão diplomática à misteriosa Terra de Avon — um lugar onde o glamour era uma lenda, e a limpeza... uma sugestão.

🧳 Chegada triunfal (e traumatizante)

Ao desembarcar, Phebo já sentia os primeiros sintomas de sua fobia: suor frio, tremores e uma vontade incontrolável de passar álcool gel nos próprios pensamentos. A recepção foi feita por um grupo de nativos usando chinelos de dedo, roupas manchadas de ketchup e um sorriso que dizia “não lavamos os dentes desde o último eclipse”.

O chão era de terra batida. As paredes, de papelão. E o banheiro... bom, o banheiro era um conceito filosófico.

🧽 A diplomacia do desinfetante

Determinado a cumprir sua missão (e sobreviver sem tocar em nada), Phebo iniciou sua campanha diplomática: distribuiu lenços umedecidos como moeda de troca, ofereceu sabonetes em barra como presentes de Estado e tentou convencer os líderes locais a adotar o protocolo “três borrifadas de álcool antes de qualquer aperto de mão”.

Mas a Terra de Avon tinha suas próprias tradições. Em vez de perfume, usavam essência de cebola. Em vez de maquiagem, barro artístico. E o conceito de “glamour” era definido por quem conseguia manter uma unha inteira após escavar mandioca com as mãos.

💅 O grande conflito: a Festa do Desleixo

O ápice da aventura veio com o convite para a tradicional Festa do Desleixo — um evento anual onde os habitantes competiam para ver quem estava mais sujo, mais desgrenhado e mais livre das amarras da higiene. Phebo tentou recusar, mas foi informado que a ausência seria considerada um ato de guerra.

Vestido com um traje de gala impermeável, máscara N95 e luvas cirúrgicas, o senador compareceu. Ao ver um homem mergulhar em uma piscina de maionese vencida, Phebo desmaiou. Acordou três dias depois, cercado por nativos que tentavam curá-lo com chá de casca de batata e abraços suados.

🧼 Retorno triunfal (e traumatizado)

Ao voltar para Brasília, Phebo propôs uma lei que tornava obrigatório o uso de desinfetante em qualquer reunião diplomática. Também fundou o partido “Higiene para Todos” e passou a usar um traje de astronauta em eventos públicos.

Mas, às vezes, à noite, ele ainda sonhava com a Terra de Avon... e acordava gritando: “LIMPEM A MAIONESE!”

FIM 

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