🧣Um conto quentinho no inverno de Jardim Alegre – 2025
(Na varanda de madeira da casa antiga, o vento gelado do inverno passa entre as árvores. Três netos—Luísa, Pedro e Caio—se encolhem sob um cobertor enquanto escutam a voz rouca e doce do Vô Chico)
Vô Chico:
Vocês sabiam que Jardim Alegre já teve outro nome antes? Era chamado... Três Machados.
Luísa (curiosa):
Três Machados? Que nome engraçado! Por quê, vô?
Vô Chico:
Ah, isso é história das boas. Reza a lenda que, quando os primeiros desbravadores chegaram aqui, essa terra era fechada de mata virgem. E foi preciso muito braço forte, coragem... e três machados.
Pedro (espantado):
Só três? Pra abrir tudo isso?
Vô Chico (rindo):
Três machados, sim senhor! Mas eram especiais. Segundo contam os antigos, foram dados por um velho tropeiro que passou por aqui com seus bois. Ele deixou os machados com três irmãos que queriam fundar uma vila. Cada machado representava um valor: coragem, união e esperança.
Caio (encantado):
Que bonito. E aí virou Jardim Alegre?
Vô Chico:
Com o tempo, o povo cresceu, a vila ganhou cor, flores nos quintais e sorrisos nas calçadas. Foi aí que disseram: “Aqui virou um jardim… e que jardim mais alegre!” Daí nasceu o nome que vocês conhecem hoje. Mas os mais velhos ainda lembram de Três Machados. Dizem que, se escutar bem de noite, dá pra ouvir o som de machado cortando a mata, como um eco da coragem dos fundadores.
Luísa:
A gente podia procurar esses machados!
Vô Chico (com um sorriso nostálgico):
Talvez estejam enterrados onde cresceu o primeiro ipê amarelo. Ou... talvez estejam aqui dentro da gente. Afinal, todo Jardim Alegre carrega um pouco dos três machados.
(O vento sopra mais forte, mas o calor daquela história protege todos como um abraço invisível. E, naquela noite gelada de julho, o passado viveu mais uma vez.) 🌿
Fim
Autor Alex Sandro Alves
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