Vamos imaginar uma cena onde Sigmund Freud e Augusto Cury, separados por séculos, se encontram em um bar atemporal para conversar sobre um tema que ecoam em suas obras: a saúde existencial. Aqui está o diálogo que imaginei:
Freud: É curioso pensar que, mais de um século após minhas primeiras investigações sobre o inconsciente, ainda buscamos compreender o sofrimento humano em sua essência.
Cury: De fato, professor Freud. Na minha visão, muito do sofrimento moderno não está apenas no inconsciente reprimido, mas na incapacidade de gerir os pensamentos. Criamos prisões mentais, moldadas pela autocobrança, pelo medo e pelo excesso de estímulos.
Freud: Sim, e essas prisões se assemelham aos mecanismos de defesa que observei: a repressão, a negação, a projeção. As pessoas vivem em conflito porque não acessam o verdadeiro “eu”. Mas diga-me, como você definiria essa tal de “saúde existencial”?
Cury: Eu a vejo como a capacidade de fazer pausas mentais, confrontar a própria história, encontrar sentido até nas dores e desenvolver o que chamo de “autorregência do eu”. Não sermos reféns das emoções é um marco de sanidade.
Freud (sorri levemente): Interessante. Então para você, a cura não vem apenas ao recordar, como eu propus, mas ao ensinar a mente a pensar sobre o que pensa?
Cury: Exatamente. Recordar é curar feridas. Mas sem reescrever o modo como interpretamos nossas experiências, vivemos repetindo padrões. A saúde existencial exige liberdade interior. E isso, por vezes, é mais raro que a liberdade política.
Freud: Um ponto que não posso ignorar. Talvez, se eu tivesse tido mais tempo, teria explorado o lado luminoso da psique com a mesma intensidade que explorei suas sombras.
Cury: Sua coragem em mergulhar nas sombras foi o que nos deu as ferramentas para buscar a luz. A saúde existencial é esse equilíbrio: aceitar as sombras, sem deixar que nos definam.
FIM
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