Em Tempos Onde Falar É Perigoso, Cante

Seja bem vindo caro leitor! Este conto de ficção, que foi baseado em minhas lembranças e filmes que vi. E é claro na realidade de muitos lugares do mundo onde dizer o que pensa, mesmo que seja a verdade, é perigoso... 

Os que insistem em ir contra o sistema, ou vira herói, mártin ou tem sua reputação destruída vivendo no ostracismo e sua existência expulsa do convívio dos "bons" e vira um herege contemporâneo...

🎸 Em Tempos Onde Falar É Perigoso, Cante

Personagens:

- Enzo Bento – Jovem de 23 anos, inquieto, idealista, dono de uma coragem que incomoda.
- Dona Lúcia – Vizinha de Enzo, ex-professora aposentada, guardiã de livros proibidos.
- Capitão Moura – Oficial do Departamento de Ordem e Silêncio (DOS), símbolo da repressão.
- Clara – Cantora de rua, parceira de Enzo na resistência musical.


🌆 Capítulo 1: Vozes Silenciadas

O ano era 2035. O pais inde viviam nossos principais personagens viviam sob o regime do Novo Silêncio, uma ditadura moderna que não queimava livros — apenas os tornava invisíveis. Redes sociais eram filtradas por algoritmos do DOS, e qualquer frase que sugerisse crítica ao governo era apagada antes de ser lida. Quem insistia em falar demais, desaparecia.

Enzo Bento já havia sido advertido três vezes. A primeira, por dizer que o preço do arroz estava absurdo. A segunda, por compartilhar um poema de Drummond. A terceira, por perguntar em voz alta: “Cadê os nossos direitos?”

Foi então que ele parou de falar. E começou a cantar.


🎶 Capítulo 2: A Voz do Violão

Com um violão velho herdado do avô que se chamava Walmir Alexandre, mas era conhecido como um filósofo sem graduação chamado Ataliba, Enzo começou a compor músicas que diziam tudo o que não podia ser dito. Suas letras falavam de liberdade, de saudade de tempos onde se podia discordar, e de um país que havia esquecido como era ouvir, falar e discordar sem ser perseguido...

Dona Lúcia, sua vizinha, o escutava da janela. Ela dizia:  
"Você canta como quem grita. Mas com beleza."

Logo, Clara apareceu. Cantora de rua, ela também havia perdido amigos para o DOS. Juntos, começaram a se apresentar em becos, praças abandonadas e estações de metrô onde os sensores de censura não alcançavam.


🚨 Capítulo 3: A Canção Proibida

Um dia, Enzo e Clara cantaram uma música chamada “O Grito Que Não Sai”. A letra dizia:

> “Se não posso falar, deixo que a nota diga.  
> Se não posso escrever, que o acorde me explique.  
> Se não posso existir, que a canção me revele.”

A multidão que se formou foi silenciosa, mas os olhos diziam tudo. Lágrimas, punhos cerrados, sorrisos contidos. Era como se a música tivesse libertado algo que estava preso há anos.

Mas o DOS não demorou. Capitão Moura apareceu com seus homens. Clara foi levada. Enzo correu, mas não fugiu — foi até a estação de rádio clandestina de Dona Lúcia.


📻 Capítulo 4: A Frequência da Liberdade

Com ajuda de antigos equipamentos da era analógica ligados as tecnologias digitais atuais, Enzo transmitiu sua música para todo o país. A rádio pirata tocava apenas uma coisa: músicas como tema escondido era : “Em tempos onde falar é perigoso, cante.”

A frase virou símbolo. Jovens começaram a aprender violão, viola, ukeleles, bandolins e qualquer instrumento acessível. Vozes surgiram em cada esquina. A censura não sabia como silenciar as melodias.


🌅 Epílogo: O Som Que Permanece

Enzo nunca mais foi visto. Dizem que está em algum lugar do interior, ensinando crianças a transformar dor em música. Clara voltou, com uma cicatriz no rosto e um microfone na mão.

E o país, aos poucos, começou a ouvir de novo. O mundo era como uma roda gigante que nunca para de girar...

FIM 

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