Aqui vai um conto que mistura história, homenagem e um toque de imaginação para celebrar o Dia Nacional do Escritor, com destaque para suas origens e os grandes nomes da literatura brasileira:
📖 Conto: “A Mesa dos Imortais”
Era 25 de julho, e o céu sobre o Rio de Janeiro parecia ter sido escrito à mão — nuvens como versos soltos, o sol como uma metáfora brilhante. Na antiga sede da Academia Brasileira de Letras, algo extraordinário acontecia: os maiores escritores do Brasil, de todas as épocas, reuniam-se em uma mesa invisível ao tempo.
Machado de Assis, com seu olhar irônico e penetrante, presidia a reunião. Ao seu lado, Clarice Lispector observava tudo com olhos que pareciam enxergar além da linguagem. Jorge Amado, com cheiro de cacau e mar, contava histórias de Ilhéus como se fossem lendas vivas. Graciliano Ramos, sério e direto, pontuava com frases curtas, mas cortantes.
— Hoje é nosso dia — disse Machado, com um sorriso contido. — O Dia Nacional do Escritor. Sabem como surgiu?
Todos se voltaram para ele. Machado continuou:
— Foi em 1960, por iniciativa de João Peregrino Júnior e do então ministro da Educação, Pedro Paulo Penido. Queriam homenagear nossa arte, nossa luta com as palavras.
— Luta é pouco — resmungou Graciliano. — Escrever é guerra. Contra o silêncio, contra a censura, contra a própria dúvida.
— E contra o esquecimento — completou Cecília Meireles, surgindo como um verso suave. — Por isso escrevemos: para permanecer.
A mesa se expandia. Vinicius de Moraes trazia poesia e música. Lygia Fagundes Telles falava de mulheres e mistérios. João Cabral de Melo Neto, com sua poesia seca e precisa, lembrava que nem todo verso precisa rimar para ser eterno.
De repente, uma cadeira vazia começou a se preencher. Era Paulo Leminski, com seu jeito irreverente, misturando concretismo e haicai. E ao fundo, Carolina Maria de Jesus, com seu diário da favela, lembrava que a literatura também nasce da fome — de comida e de voz.
— Somos muitos — disse Jorge Amado. — E ainda virão outros: Milton Hatoum, Conceição Evaristo, Raduan Nassar...
Machado levantou-se. Com um gesto, fez surgir uma pena dourada no centro da mesa.
— Que cada escritor brasileiro, conhecido ou anônimo, saiba que hoje é seu dia. Que escreva, mesmo que ninguém leia. Porque a escrita é resistência, é memória, é futuro.
E naquele instante, em cada canto do Brasil, um escritor — jovem ou velho, publicado ou não — sentiu um arrepio. Como se tivesse ouvido o chamado dos imortais.
✍️ Origem do Dia Nacional do Escritor
- Data: 25 de julho
- Criado em: 1960
- Por iniciativa de: João Peregrino Júnior e Pedro Paulo Penido
- Objetivo: Homenagear os escritores brasileiros e valorizar a literatura nacional
🌟 Maiores Escritores do Brasil (de todas as épocas)
Grato por ler.
Alex Sandro Alves
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