Confiança é igual virgindade… só se perde uma vez! Por Alex Sandro Alves

 


    Confiança. Um sentimento, um padrão de conduta que é quebrado a cada dia. Ao meu ver, no aspecto moral e até ético, onde a conduta literalmente define o homem, por ser uma pessoa nascido no ano de 1975 e que atravessou a linha do tempo entre os séculos XX e XXI, que viu as mudanças de costumes com o surgimento das novas gerações, até eu me surpreendo com a falta de honestidade de boa parte das pessoas que nasceram e vivem num pais de terceiro mundo, de origens polêmicas e até vergonhosas como é o nosso Brasil.

    Analisando a trajetória de nossa origem até os dias atuais em que este texto é escrito, sinto que muitos dos bons valores infelizmente se perderam e os que nos denigrem a séculos, lamentavelmente, se reforçam, se realimentam e viram praticamente um estigma: somos encharcados de desonestidade, corrupção, preguiça e tanto outros adjetivos que o restante do mundo há mais de 500 anos nos taxam.

    Se temos como herança o carma de “síndrome de vira-lata”, as nossas atitudes originais que ainda se perpetuam não reforçam as crenças internacionais que somos de fábrica um povo corrupto ou no mínimo não confiável?

    A história conta que somos uma nação de mestiços onde o preconceito permanece, e nem mesmo o nativo de origens étnicas tão diferentes, quase se passando como europeus, que fundiram-se  figurativamente como um cadinho de fundição no que chamamos de nossa pátria, nosso país, também discriminam suas origens .

    Se por um lado os colonizadores vindo da Europa taxavam os nativos de improdutivos e que entregavam as riquezas dessas terras em troca de espelhos, o colonizador trouxe nativos de várias partes da África para a servidão. Mas os colonizadores que aqui vieram para desbravar o novo mundo não eram os melhores representantes de suas nações.

    Nos livros de história sérios, sem conflitos de interesse, afirmam que os enviados para a nova colônia localizada na América dos Sul eram em sua boa parte “personas não gratas” em sua terra natal: estelionatários, ladrões, aventureiros, hereges e toda condição de desajustados vieram colonizar nosso país ou por pressão ou por fuga. Desse modo pessoalmente quando um brasileiro descendente de europeu fala mal de seu povo, é literalmente o sujo falando do mal lavado. Somos a mistura das qualidades e defeitos de todas as etnias que nos trouxe até aqui e sermos típicos brasileiros.

    Lembro-me de um descendente de italiano que tinha uma funerária no interior do Paraná, que dizia de vez em quando o que seu avó falava: “I brasiliani sono tutti buoni, ma tutti ladri” – traduzindo: “Brasileiro é tudo bom, mas tudo ladrão”. Discriminações a parte, não podemos generalizar, todos nós temos um pouco de culpa por isso…

    A corrupção só apontada para nossos representantes políticos, na verdade todos nossos representantes no poder são uma amostragem fiel e estatística da média do brasileiro. A corrupção de todos nós estão nas pequenas e nas grandes coisas. Afinal, temos como padrão moral impregnado no inconsciente coletivo nacional a ainda aclamada “Lei de Gerson” - que brasileiro gosta de levar vantagem em tudo. E não esqueçamos, que quem mente, também rouba!

    Mas a corrupção brasileira está nas coisas que nem mais notamos, virou rotina, se faz com uma naturalidade que beira condicionamento social. Quantos não sonegam impostos, quantos deixam de devolver um troco errado no comércio, ou comércios cobram a mais de clientes? Como disse o desvio de conduta da grande maioria da população do maior país sul-americano que fala português é no mínimo vergonhosa.

    Meu falecido pai citava que no tempo que ele era criança e seu pai fazia negócios, mesmo os mais simples como a compra e venda de colheitas, animais ou empréstimo de dinheiro, tinha uma moral que todo homem de verdade tinha a honra de cumprir, era como dizia os antigos tudo no “Bigode” , na confiança.

    Mas mesmo naqueles tempos, vez ou outra a saga do ladrão e estelionatário quebrava o padrão moral e roubos e enganos ocorriam.

    Meu falecido pai contou que certa vez, meu avó conhecido como Seu Juvená,  emprestou dinheiro para outro homem no pequeno património que vivia no interior do estado do Paraná. 

   Foi definido a data de devolução do valor, chegando o dia o que emprestou disse que aquele dia não poderia pagar. Virou rotina toda vez que se encontravam a promessa de pagamento em outra data…

    Certo dia, depois de muito stress por parte de meu avô, atravessando a rua de barro batido do pequeno vilarejo rural onde ia comrar mantimentos, de um lado está indo meu ancestral e do outro o seu devedor.

    Devedor: Oo seu Juvená, estou lhe devendo mas eu vou pagar…

A reação de Juvená foi automática e agressiva: deu um soco no devedor que era um homem franzinho que o levantou do chão, lançando metros a frente...

    Juvená: Tá pago seu moço, num precisa mais pagar não!

    Engraçado que hoje em dia, mesmo com contratos em cartório, uso de seguros e até avalistas, boa parte dos brasileiros atuam nos mesmos papéis do século passado: o que acredita que vai receber e o que procura um inocente (bobo) para roubar.

    Se nem com garantias, ou ao fazer negócios com parentes e amigos, na qual a honra e a ligação genética ou emocional deveriam ser por si só garantias de sucesso, porque ainda os honestos não aprenderam a lição? 

   Parafraseando o que digo no meu primeiro livro” Quando Dizer Não Deixa de Ser Opção”, temos que mudar nossa mentalidade, nossos conceitos e simplesmente dizer “não” a estas situações onde a oportunidade faz o ladrão, e a cada dia nasce um bobo, assim dizem os espertos estelionatários descendentes dos primeiros colonizadores de índole igual aos que vieram colonizar o Brasil, onde tudo que se planta dá, até os ladrões.


#FIM#


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