🧠 "A Alma Adoece Primeiro": O Que Antigas Tradições e Novos Saberes Têm a Dizer Sobre a Origem das Doenças
🧠 "A Alma Adoece Primeiro": O Que Antigas Tradições e Novos Saberes Têm a Dizer Sobre a Origem das Doenças
Por Alex Sandro Alves
Nos consultórios, nos terreiros, nos templos e até nos laboratórios de neurociência, uma ideia atravessa tempos e territórios: muitas doenças começam onde os exames não alcançam — na alma.
Essa frase, que poderia soar como uma metáfora poética, é levada a sério por diversas tradições espirituais, correntes psicológicas e saberes ancestrais. Mas o que significa, de fato, afirmar que “toda doença inicia na alma”? Seria misticismo, metáfora... ou No começo era o espírito
Entre os povos originários, como os Yanomami, a saúde é vista como uma teia de relações. Se um membro da aldeia adoece, o xamã não enxerga apenas sintomas físicos. A causa pode estar em um espírito desequilibrado, em uma falta de conexão com a floresta ou até em conflitos comunitários não resolvidos. "A cura é sempre coletiva", dizem os mais velhos.
Essa mesma lógica está presente em religiões afro-brasileiras. No candomblé, por exemplo, a doença é muitas vezes interpretada como um distúrbio no fluxo de energia vital — e rituais de equilíbrio com os orixás fazem parte do tratamento.
🕊️ A alma no divã
Na psicologia, especialmente na abordagem junguiana, a “alma” é entendida como símbolo da psique mais profunda. Para Jung, sintomas físicos sem causa aparente podem ser expressões de conteúdos inconscientes: traumas, lutos não elaborados, vazios existenciais. “O corpo fala aquilo que a alma silencia”, diz um provérbio popular que os terapeutas conhecem bem.
Segundo a psicóloga brasileira Lúcia Helena Ribeiro, “ansiedade, dores crônicas, fadiga excessiva — tudo isso pode ser um grito do inconsciente. A alma quer ser ouvida”.
✝️ Fé, cura e reconexão
O cristianismo também aborda o sofrimento como sinal. Em algumas interpretações, a dor leva o indivíduo ao encontro consigo mesmo e com Deus. Em retiros espirituais ou grupos de apoio, muitos relatam melhoras significativas ao trabalharem mágoas, perdão e propósito.
Outras tradições, como o budismo, defendem que o sofrimento surge da ignorância e do apego. A cura, então, seria um processo de despertar — não apenas emocional, mas existencial.
🔍 Medicina também está ouvindo
Embora por muito tempo tenha separado corpo e mente, a medicina contemporânea tem redescoberto o impacto das emoções. A psiconeuroimunologia é uma área que estuda como o estresse crônico e emoções reprimidas afetam o sistema imunológico, abrindo espaço para diversas doenças.
Não se trata de romantizar o sofrimento ou rejeitar tratamentos médicos. Mas sim, de considerar que, talvez, toda cura profunda comece com uma pergunta: o que minha alma está tentando me dizer?
FIM
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